Brumadinho, Minas Gerais
Brasil Notícias : Barragem da Vale rompe em Brumadinho, Minas Gerais – Mortes e destruição
::: Notícias Segunda (28.01.19)
81 óbitos (19 identificados) e 271 desaparecidos
“A responsabilidade sobre as consequências do rompimento da barragem em Brumadinho é exclusiva da Vale, e a sobreposição ou confusão não atenderá aos interesses das vítimas de Brumadinho e não será admitida pelas instituições de Justiça que assinam este documento”, afirma a nota do MPF.
Vale anuncia que vai doar R$ 100 mil para cada família e manter pagamento de impostos para Brumadinho.
Bombeiros em Brumadinho trabalham sem 13º e com salários parcelados
Vítimas da tragédia de Brumadinho terão acesso ao FGTS. E beneficiários do Bolsa família também poderão antecipar saques. Hoje, o presidente em Exercício, General Hamilton Mourão, defendeu punição rígida se for comprovada negligência no caso
::: Notícias domingo (27.01.19)
Números oficiais atualizados em 27/01/19 às 20h01 – 58 mortos, 305 desaparecidos, 361 pessoas localizadas e 192 resgatados pelos bombeiros
Polícia Militar de Minas informou que não é mais necessário o envio de donativos para os atingidos por rompimento da barragem
A Vale informa que, por volta das 5h30 deste domingo, acionou as sirenes de alerta na região da Mina Córrego do Feijão,em #Brumadinho,ao detectar aumento dos níveis de água nos instrumentos que monitoram a barragem VI.Esta barragem faz parte do complexo de Brumadinho.
Números oficiais atualizados em 27/01/19 às 15h01 – 37 mortos, 192 resgatados e 287 desaparecidos
Defesa Civil libera população à voltar para casa após alarme.
Dilma Rousseff comenta sobre decreto assinado que considera natural desastres como rompimento de barragens. “A má-fé dos que espalham fake news continua a mil, mesmo diante da tragédia de Brumadinho. Em 2015, assinei decreto que considera natural desastres como rompimento de barragens. Isso foi para permitir àqueles atingidos sacar o FGTS para reconstruir suas vidas”
ALERTA Acionamento de sirene na madrugada de domingo (27.01.19), em Brumadinho (MG) https://t.co/zdWQcv6Qq5#Brasil #Notícias #Barragem #ValenoBrasil #Brumadinho #MinasGerais #Mortes #destruição #Mina #MinaCórregodoFeijão #CórregodoFeijão pic.twitter.com/ejqvaeUJQ4
— Sortimentos (@sortimentos) 27 de janeiro de 2019
::: Notícias sábado (26.01.19)
Desastre
O rompimento da barragem B1 ocorreu no início da tarde de sexta-feira (25.01.19), na Mina Córrego do Feijão,após o rompimento de uma barragem de rejeitos da empresa, em Brumadinho (MG), na região metropolitana de Belo Horizonte. A lama atingiu uma área administrativa da companhia e parte da comunidade de Vila Ferteco.
Mortes
O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais registrou, até o início da madrugada de sábado (26.01.19), nove mortes após o rompimento de uma barragem da mineradora Vale no município de Brumadinho. O último balanço da corporação aponta ainda o resgate de nove pessoas com vida da lama de rejeitos e de cerca de 100 pessoas que estavam ilhadas. No final da noite o número de mortos em Brumadinho subiu para 40 e para 296 desaparecidos. O Ministro @andre_mendonca_ da @AdvocaciaGeral busca, via judicial, a relação de assinantes de celulares que estavam conectados na região da barragem rompida em Brumadinho/MG. Tal medida visa urgentemente levantar nomes de possíveis desaparecidos.
Salvos
O governo de Minas Gerais confirmou o resgate de nove pessoas com vida da lama e cerca de 100 pessoas que estavam ilhadas. De acordo com informações da Vale, havia 427 pessoas no local, sendo que 279 foram resgatadas vivas. Há, ainda, cerca de 150 pessoas desaparecidas. No local há aproximadamente 100 bombeiros atendendo a ocorrência. A previsão é de que mais 100 homens cheguem à região. As buscas pelos desaparecidos se intensificaram.
Justiça de Minas Gerais bloqueia R$ 1 bilhão da Vale
O juiz Renan Chaves Carreira Machado, responsável pelo plantão judicial em Belo Horizonte, determinou o bloqueio de R$ 1 bilhão da mineradora Vale. O montante, de acordo com a decisão, deve ser depositado numa conta judicial. No texto, o magistrado se refere à tragédia no interior do estado como um evento com grave repercussão ambiental e elevado número de vítimas, de alcance ainda desconhecido. “Há um desastre humano e ambiental a exigir a destinação de recursos materiais para imediato e efetivo amparo às vítimas e redução das consequências”, destacou. Ainda de acordo com o juiz, uma atuação rápida da mineradora Vale e também do poder público – citando, explicitamente, o estado de Minas Gerais – pode resultar em melhor amparo às pessoas diretamente envolvidas e na redução do prejuízo ambiental. “Cabe mencionar a grave crise financeira do estado de Minas Gerais, fato igualmente notório e que limita o enfrentamento de um desastre dessa proporção. Lado outro, a Vale, cuja responsabilidade é objetiva pelos danos causados, segundo ela própria, apresentou lucro recorrente de R$ 8,3 bilhões e distribuiu dividendos da ordem de US$ 1,142 bilhão apenas no terceiro trimestre de 2018.”
Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro
Um grupo de integrantes do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro seguiu na manhã de sábado (26.01.19) para Minas Gerais. Ao todo são 41 militares que vão ajudar no trabalho de resgate das vítimas do rompimento de uma barragem de rejeitos da mineradora Vale, na cidade de Brumadinho. As equipes contam com uma aeronave, nove viaturas e três cães farejadores, que também foram levados à cidade mineira para auxiliar nos trabalhos de buscas. O helicóptero enviado pelo governo do Estado do Rio já está no local.
Nota da Vale
Em nota, a empresa Vale divulgou informações sobre a Barragem I da Mina Córrego do Feijão, que se rompeu no início da tarde de sexta-feira (25.01.19), na região de Brumadinho, nos arredores de Belo Horizonte (MG), provocando soterramento, mortes e desaparecimentos de pessoas. O documento informa que a barragem tinha autorização para funcionamento e passou por processos de fiscalização e revisão, considerando assim que havia segurança no local. De acordo com a nota, a barragem possuía Declarações de Condição de Estabilidade emitidas pela empresa TUV SUD do Brasil, empresa internacional especializada em Geotecnia, emitidas em 13/06/18 e 26/09/18, referentes aos processos de Revisão Periódica de Segurança de Barragens e Inspeção Regular de Segurança de Barragens. “A barragem possuía Fator de Segurança de acordo com as boas práticas mundiais e acima da referência da Norma Brasileira. Ambas as declarações de estabilidade mencionadas atestam a segurança física e hidráulica da barragem”. De acordo com o documento, a barragem passou por inspeções de campo quinzenais, todas reportadas à ANM (Agência Nacional de Mineração) por meio do SIGBM (Sistema Integrado de Gestão de Segurança de Barragens de Mineração). Sendo que a última inspeção cadastrada no sistema da ANM foi executada em 21/12/18.
Inativa
Segundo a Vale, a barragem foi preparada para a disposição de rejeitos provenientes da produção e reiterou que estava inativa e, portanto, não recebia rejeitos. De acordo com o comunicado, no local não havia lago nem outro tipo de atividade operacional em andamento. A barragem foi construída em 1976, pela Ferteco Mineração (adquirida pela Vale em 27 de Abril de 2001), pelo método de alteamento a montante. O texto detalha também a extensão da barragem, que tinha 86 metros, e comprimento da crista de 720 metros. Os rejeitos dispostos ocupavam uma área de 249,5 mil metros quadrados (m²) e o volume disposto era de 11,7 milhões de metros cúbicos (m³). As informações dos instrumentos, segundo a empresa, eram coletadas periodicamente e todos os seus dados analisados pelos geotécnicos responsáveis pela barragem. De acordo com a nota, a barragem mantinha sistema de vídeo monitoramento, de alerta através de sirenes (todas testadas) e cadastramento da população. Segundo a Vale, houve uma simulação em 16 de junho de 2018, sob coordenação das Defesas Civis, com total apoio da Vale, e treinamento interno com os funcionários em 23 de outubro do ano passado.
“Diante de todos os pontos descritos acima, estamos ainda buscando respostas para o ocorrido”, encerra o texto.
Suspensão imediata de todas as atividades
A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais determinou a suspensão imediata de todas as atividades da mineradora Vale na região de Brumadinho. Por meio de nota, o órgão informou que também determinou a abertura imediata de um canal onde houve acúmulo de sedimentos que interrompem o fluxo natural do curso d’água. De acordo com o comunicado, foi determinado ainda o rebaixamento do nível do reservatório da barragem VI, que transbordou após o rompimento da barragem B1. Outra medida estabelecida pela secretaria foi o monitoramento da qualidade da água no Rio Paraopeba, que abastece a região. Também haverá monitoramento, em tempo integral, das estruturas remanescentes da barragem, com comunicação imediata ao centro de comando e equipes que estiverem em campo.
A secretaria informou que a barragem B1 começou a operar em meados dos anos 70 e estava licenciada. Desde 2015, o local não recebia mais rejeitos. De acordo com o governo estadual, a Vale solicitou licença ambiental para desativar a estrutura e o documento foi aprovado pelo Conselho Estadual de Política Ambiental em dezembro de 2018, “seguindo todos ritos e procedimentos vigentes”. A estrutura da barragem tinha área total de aproximadamente 27 hectares e 87 metros de altura. A competência para fiscalizar a segurança das barragens de mineração é da Agência Nacional de Mineração (ANM), conforme estabelecido na Política Nacional de Segurança de Barragens (Lei 12.334/2010). Ainda segundo a legislação, a responsabilidade pela operação adequada desse tipo de estrutura é do empreendedor.
Em nota, a ANM informou que a barragem B1 era uma estrutura destinada à contenção de rejeitos, de porte médio e que não apresentava pendências documentais. Em termos de segurança operacional, o local estava classificado na categoria de risco baixo e de dano potencial associado alto – em função de perdas de vidas humanas e dos impactos econômicos sociais e ambientais.
::: Notícias sexta-feira (25.01.19) Barragem da Vale rompe em Brumadinho, Minas Gerais
Lama invade comunidade Vila Ferteco. Vale e Corpo de Bombeiros informam o desaparecimento de 200 pessoas.
Uma barragem da Vale se rompeu na sexta-feira (25.01.19)em Brumadinho, cidade da região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais.
Segundo a Vale o rompimento aconteceu no início da tarde de sexta-feira (25.01.19), na Mina Feijão.
A Vale do Rio Doce, empresa responsável pela barragem, divulgou nota sobre o rompimento da barragem. “As primeiras informações indicam que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco. Ainda não há confirmação se há feridos no local. A Vale acionou o Corpo de Bombeiros e ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragens”, informou a empresa.
A Vale, maior produtora global de minério de ferro, afirmou que acionou o Corpo de Bombeiros e ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragens.
As primeiras informações indicam que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco.
Diversas autoridades estaduais estão no local, como Corpo de Bombeiros e Defesa Civil. Imagens aéreas enviadas pelo Corpo de Bombeiros mostraram grande quantidade de lama em meio à vegetação. Imagens da TV Record mostraram os bombeiros resgatando ao menos três pessoas da lama. A população local informam que restaurante e oficinas teriam sido soterrados.
A Prefeitura de Brumadinho pediu que a população mantenha a distância do leito do Rio Paraopeba
Por volta das 13h30, a Prefeitura de Brumadinho alertou em suas redes sociais para a população da cidade manter distância do leito do Rio Paraopeba. O Instituto Inhotim, o museu a céu aberto de arte contemporânea localizado em Brumadinho, informou através de suas redes sociais que o parque foi esvaziado por precaução. Inhotim é um dos principais destinos turísticos do Estado e recebe milhares de turistas.
Em Brumadinho, está situado o Instituto Inhotim, sede de um grande acervo de arte contemporânea do Brasil e considerado o maior centro de arte ao ar livre da América Latina. Por precaução e segurança, os visitantes estão sendo evacuados. A medida foi anunciada por meio das redes sociais do instituto. “Aguardamos informações oficiais sobre o rompimento da barragem em Brumadinho”, acrescenta o comunicado.
Assim como Brumadinho, outros municípios da região metropolitana de Belo Horizonte estão emitindo comunicados de alerta à população em decorrência do rompimento da barragem na Mina Córrego do Feijão, pertencente à Vale. Devido as imagens que revelam o vazamento de um grande volume de rejeito de mineração, os moradores dessas cidades estão sendo orientados a se prevenir de qualquer incidente.
A prefeitura de São Joaquim de Bicas instruiu a população que vive às margens do Rio Paraopeba a evacuar a área por medida de segurança. O município de Juatuba, que faz limite com Brumadinho, também emitiu alerta semelhante aos moradores do bairro Francelinos, por onde também passa o manancial.
O prefeito de Betim, Vittorio Medioli, divulgou um vídeo nas redes sociais e pediu atenção aos riscos de inundação. “Preste atenção para poder evacuar as casas caso as coisas fiquem muito sérias”, recomenda Medioli no vídeo.
O Hospital João XXIII, instituição pública vinculada ao estado de Minas Gerais, em Belo Horizonte, informou em nota que acionou seu plano de atendimento para múltiplas vítimas de catástrofes. A iniciativa busca priorizar a assistência aos atingidos pelo rompimento da barragem da Mina Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana.
A nota informa que às 15h deram entrada no hospital dois pacientes do sexo feminino trazidos por helicóptero. “Elas estão estáveis, conscientes e passam por avaliação. A diretoria do Hospital João XXIII pede que os casos não relacionados a esta tragédia sejam encaminhados para outras unidades de emergência “.
NOTAS
O presidente Jair Bolsonaro lamentou, há pouco, em mensagem no Twitter, o rompimento da barragem na cidade de Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte.
“Lamento o ocorrido em Brumadinho-MG. Determinei o deslocamento dos ministros do Desenvolvimento Regional [Gustavo Canuto] e Minas e Energia [Bento Costa Lima], bem como nosso secretário Nacional de Defesa Civil [Alexandre Lucas] para a região”, afirmou o presidente na rede social.
“O ministro do Meio Ambiente [Ricardo Salles] também está a caminho. Todas as providências cabíveis estão sendo tomadas”, escreveu o presidente.
“Nossa maior preocupação neste momento é atender eventuais vítimas desta grave tragédia”, completou Bolsonaro.
O secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Alexandre Lucas, informou à imprensa que está a caminho do município mineiro. “Todo o governo federal já está mobilizado para atuar no socorro e na resposta ao rompimento da barragem de Brumadinho. Uma equipe da Defesa Civil Nacional chefiada por mim já está se deslocando para a região para apoiar as operações do estado e dos municípios”, disse Lucas, em declaração divulgada pela assessoria de imprensa da secretaria.
Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Regional informou que está “monitorando e em contato constante com as equipes de Defesa Civil”. De acordo com a pasta, o secretário nacional de Proteção e Defesa civil, coronel Alexandre Lucas, está à caminho da região.
Imagens divulgadas pelo órgão mostram um grande volume de rejeitos se dispersando no meio ambiente.
Também sobrevoam a área mais uma aeronave da Polícia Civil e um helicóptero do Exército. A Mina Feijão pertence à mineradora Vale e se situa no município de Brumadinho. A cidade, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, possui cerca de 36 mil habitantes e está a apenas 60 quilômetros da capital mineira.
O governo de Minas Gerais divulgou nota que um gabinete estratégico de crise foi formado para acompanhar as ações. Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria de Meio Ambiente de Minas Gerais (Semad) não deu retorno. Informações sobre as características do rejeito ainda são desconhecidas, bem como não há estimativas do volume vazado.
O Ministério do Turismo lamenta profundamente o rompimento das barragens da mineradora Vale, em Brumadinho, nesta sexta-feira (25), e se solidariza com a comunidade afetada. Neste momento de dor, a Pasta entende que a maior preocupação deve ser com as vidas impactadas pela tragédia. Além de todos os danos ambientais, o rompimento afeta o Instituto Inhotim, maior centro de arte ao ar livre da América Latina e importante atrativo turístico do Brasil. Desde já, o Ministério do Turismo se coloca à disposição para trabalhar em parceria com outros órgãos do governo no amparo às famílias e na recuperação da região para minimizar o impacto da catástrofe e, por meio do turismo, ajudar a comunidade a superar o trauma e retomar a vida.
A tragédia ambiental de Brumadinho fez cair em 8% as ações da Vale na Bolsa de Nova York.