Jornalistas negros debateram o racismo no histórico programa ‘Em Pauta’ da Globonews

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Jornalistas negros debateram o racismo no histórico programa ‘Em Pauta’ da Globonews

Programa produzido após reclamação de internauta nas redes sociais marcou um dos mais belos e significativos momentos dos veículos de comunicação brasileiros. Foi impossível ficar isento e passivo. Lágrimas, reflexões e desejo de um mundo mais igual. Que o EM PAUTA seja o star de um noo modelo de seleção de opiniões e participantes.

“Não queremos falar só de racismo, a gente fala sobre outras coisas. Temos mais a oferecer. É importante que se normalize a nossa presença falando de diversos assuntos”, brilhante fala de Maju Coutinho no Em Pauta.

“A gente acha que está fazendo tudo certo. Mas a gente erra. E as redes sociais estão aí pra nós corrigir”, finalizou Heraldo Pereira. O apresentador que muitas vezes passa imagem robótica, mostrou emoção e chegou a segurar as lágrimas em determinado momento do programa. Emoção que contagia até neste momento.

As pessoas na rua pedem mudança! Que bonito é aprender com os próprios erros, rever as ações e, enfim, iniciar a mudança. Depois de críticas justíssimas à uma cobertura com tantas pessoas brancas, hoje temos uma edição inédita do Em Pauta na @GloboNews. Que seja apenas o começo.

Depoimentos

Zileide Silva contou que foi entrevistar o presidente da Fiesp, há muitos anos, foi recebida por uma recepcionista que só cumprimentou o cinegrafista branco que estava com ela Quando o presidente da Fiesp abriu a porta e a abraçou, a recepcionista ficou extramente constrangida.

Lilian Ribeiro disse que os olhares são carregados de preconceito e que, por isso, ela sempre carrega o microfone na mão pra que seja devidamente identificada como repórter.

Aline Midlej disse que sempre foi a única negra nos muitos lugares por ela frequentados: escola, universidade etc. Numa ida a um clube, com o então namorado e amigas brancos, quase foi barrada pelo segurança, na piscina.

Maju Coutinho lembrou de situações da infância. Disse que uma colega da escola perdeu o estojo e a acusou de ter roubado. O racismo fere, deixa marcas psicológicas e físicas, e mata. Mata demais. Há séculos.

Flavia Oliveira disse que foi internada para retirar um nódulo benigno num hospital particular da zona sul do Rio, estava vestida de branco, porque é do Candomblé e era sexta-feira. Entraram no quarto, olharam pra ela e perguntaram “Cadê a dona Flávia?” e ela respondeu “sou eu”.