Exposição no MARGS
As Salas Negras do MARGS recebem de 6 de setembro a 4 de novembro de 2018, as séries fotográficas “Linha d’Água” e “Sem Identificação” de Gilberto Perin. Os dois conjuntos que têm como ponto em comum “uma visita às salas escuras da alma, com se expressou o cineasta Ingmar Bergman se referindo ao sentido da Arte”, podem ser visitadas de terças a domingos, das 10 às 19 horas, no Museu de Arte do Rio Grande do Sul – Ado Malagoli ( Praça da Alfândega – Centro Histórico ), em Porto Alegre / RS.
Linha d’Água” e “Sem Identificação”
Na primeira série, “Linha d’Água’, são apresentados 25 dípticos onde Gilberto Perin cria uma autoficção com associações e vivências reais ou fictícias. As imagens têm a reminiscência como elemento catalizador mas, muitas vezes, a fronteira entre a realidade e a ficção é indefinida e nebulosa. “Portanto, o voo – ou o mergulho – é livre”, explica o fotógrafo.
A ideia de utilizar a relação entre duas imagens é encontrar novos significados para cada fotografia ao se combinar com outra, ganhando um novo significado numa forma de poética visual. As fotografias colocadas lado a lado podem estimular ao espectador a sua própria ficção nas imagens associadas à infância, vida adulta ou envelhecimento.
O fotógrafo russo Nikita Pirogov diz que “o díptico é a combinação do passado e do presente, das tradições e das suas novas ramificações. Os dípticos foram utilizados pela primeira vez na Grécia Antiga, muito antes da invenção da Imprensa. Eles vieram na forma de duas ou mais placas de argila para o texto de gravação ou imagens”.
“Sem Identificação”, a segunda série que Gilberto Perin apresenta, é uma crítica irônica e reflexiva de um tempo desconcertante, repleto de informações e mensagens visuais. Perin, junto aos os modelos que posaram nus, criou fotografias explorando imagens icônicas ou, simplesmente, imagens que surgiram espontaneamente no momento do ensaio fotográfico.
Em tempos de selfies, “Sem Identificação” tem concepção simples e direta onde a nudez é apenas a parcela aparente daquilo que não é revelado sobre a nossa identidade e pensamento. Gilberto Perin através de suas imagens pergunta “que indivíduos somos nessa sociedade que têm impulsos tão primitivos a ponto de anular a identidade do outro?”.