Hipermetropia, astigmatismo e miopia prejudicam a visão e causam dores de cabeça
De acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, 36% da população apresenta miopia e 34%, hipermetropia. Juntamente ao astigmatismo, os erros refrativos podem surgir também em crianças. Os erros refrativos ocorrem quando a luz que entra no olho não forma uma imagem na retina.
“O olho apresenta duas lentes – cristalino e córnea – que devem, em conjunto, focalizar a imagem na retina. A nitidez depende do poder de convergência destas lentes, bem como do tamanho do olho”, explica Rosa Maria Graziano, presidente do Departamento de Oftalmologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo.
Hipermetropia
A especialista explica que, na infância, a mais prevalente é a hipermetropia de pequeno grau, que diminui com o crescimento da criança. Pode manifestar-se desde o nascimento e caracteriza-se pelo modo como o olho, menor do que o normal, foca a imagem atrás da retina.
“Para manter a acuidade visual, a criança mantém o esforço de acomodação, contraindo a musculatura ciliar e aumentando a capacidade de convergência do cristalino, direcionando a luz ao ponto focal da retina. Este esforço pode acarretar em astenopia, caracterizada por dor de cabeça, sensação de peso, ardor, lacrimejamento e hiperemia conjuntival, principalmente para leitura de perto”, lista a médica.
Contudo, quando a acomodação não for suficiente para compensar o alto grau de hipermetropia, a visão pode ficar comprometida. Graziano informa que a criança hipermetrope, com baixa acuidade visual e astenopia, corre o risco de desinteressar-se por atividades que exijam percepção acurada, como trabalhos manuais e leituras. Na sala de aula, ela pode se mostrar dispersa.
Miopia
Em geral, a miopia manifesta-se ao redor dos oito anos de idade, quando o crescimento infantil pode ser acompanhado por um aumento do diâmetro antero-posterior do globo ocular, fazendo com que a imagem caia em um ponto anterior à retina.
“O míope, ao contrário do hipermetrope, não dispõe de mecanismos que levem a imagem a se focalizar na retina. Assim, para conseguir boa visão, aproxima-se do objeto e diminui a fenda palpebral, também acarretando em cefaleia e desinteresse”, ressalta a oftalmologista pediátrica.
Astigmatismo
O astigmatismo é determinado por curvaturas diferentes entre os dois meridianos principais da córnea e/ou do cristalino, fazendo com que os raios de luz, ao passar por esses meridianos, não caiam no mesmo ponto da retina. “A imagem focada é distorcida: ou seja, quando as linhas verticais são vistas claramente, as horizontais não são – e vice e versa”, exemplifica.
“A criança astigmata pode apresentar acuidade visual deficiente para perto e para longe nos altos graus, assim como cefaleia, ardor e hiperemia, desencadeados por esforço visual”, diz.