Coronavírus no Brasil : Ministério da Saúde amplia protocolo de uso da cloroquina

Brasil : Ministério da Saúde e a Cloroquina

Coronavírus no Brasil : Ministério da Saúde amplia protocolo de uso da cloroquina

Sob pressão do presidente Jair Bolsonaro, Ministério da Saúde muda protocolo e amplia possibilidade de uso do medicamento também para casos leves, apesar de reconhecer que substância pode agravar quadro clínico.

Jair Bolsonaro

“O Ministério da Saúde divulgou orientações para tratamento da Covid-19, onde a Cloroquina pode ser ministrada em casos leves, com recomendação médica e autorização do próprio paciente/família.

Ainda não existe comprovação científica, mas sendo monitorada e usada no Brasil e no mundo. Contudo, estamos em Guerra: “Pior do que ser derrotado é a vergonha de não ter lutado.”

Posição do Cremers

Nesta quarta-feira (20), o Ministério da Saúde divulgou novas orientações sobre o uso da cloroquina no tratamento da Covid-19 no Brasil, autorizando a aplicação, inclusive, para casos leves da doença. O Cremers manifesta seu posicionamento técnico, que aponta que não existem evidências científicas que demonstrem real benefício na utilização do medicamento.

“Não se pode politizar o uso da cloroquina. Até o presente momento, não há um tratamento específico para a Covid-19. Temos que ter cuidado na recomendação de tratamentos sem evidências, no sentido de criar uma falsa sensação de segurança na população”, alerta o presidente do Conselho, Eduardo Neubarth Trindade. 

O Cremers reforça a autonomia e a responsabilidade do médico na sua prescrição médica, principalmente na utilização de usos “off-label” de medicações.

Em casos em que há o uso da cloroquina, o Cremers recomenda que o profissional deve esclarecer ao paciente os riscos e as adversidades que o medicamento pode causar à saúde, inclusive, com a coleta de assinatura em termo de esclarecimento e responsabilidade.

Dr. Eduardo Neubarth Trindade / Presidente do Cremers

OMS

Pouco depois do Ministério da Saúde editar o protocolo pró uso de cloroquina, o diretor do Programa de Emergências em Saúde da OMS, Michael Ryan, afirmou que “nesse momento a cloroquina e a hidroxicloroquina não foram identificadas como eficazes para o tratamento da covid-19”.

Produção no Brasil

Em meio a defesa contundente de Bolsonaro, estoque de cloroquina no país aumenta 30%.

Produção de cloroquina pelo Exército aumenta, mesmo sem conclusão de sua eficácia contra a covid-19

Antes da pandemia, 250.000 comprimidos eram fabricados a cada dois anos. Agora, número saltou para 1,2 milhão em um mês e meio

Localizado no Rio de Janeiro, o Laboratório Químico Farmacêutico do Exército (LQFEx) terá fabricação da substância de acordo com a evolução da pandemia no país e que cabe ao Ministério da Defesa, conforme orientação do Ministério da Saúde, o destino do medicamento. Cada unidade tem um custo de 20 centavos.